Ia à igreja todos os dias. Chorando criança e ajoelhando-se adolescente, pedia a deus que existisse. Perguntava-lhe "Porquê?", melodramática, e, no fim, mandava-o sempre foder. Chorava e chorava, no altar, de mãos juntas e joelhos separados, de cabeça baixa. Deprimia-se de fora para dentro e virava-se do avesso no fim. Ao ir-se embora, cuspia na água benta.
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Links
Previous Posts
- Ai, o que ela salivava ao ver que vinha aí o Natal...
- Um dia, passeando de noite pelas pontes da...
- Eram trinta e sete e vinham armados com catana...
- Lá estava o barulho das pantufas de pelinho, r...
- “Iiiiiii” diziam-lhe as rodas da sua cadeirinh...
- Ia à igreja todos os dias. Chorando criança e ajoe...
- Entretinha-se a prender caricas às patas dos gatos...
- Já estava cumprida a missão a que, fiel, se entreg...
- PrólogoNo início, não passava de um pensamento pon...